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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Riscos Ambientais dos catadores é avaliado em pesquisa

Covisa, Fundacentro e CRSTs estudaram centrais de triagem conveniadas ao município de São Paulo 
Por ACS/ C.R. em 18/07/2013 

A Coordenação de Vigilância e Saúde - Covisa, da cidade de São Paulo, a Fundacentro e os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – CRST da Sé, Freguesia do Ó e Mooca finalizaram um estudo sobre a saúde e segurança dos catadores de materiais recicláveis.
Para tanto, foram realizadas visitas técnicas em 20 centrais de triagem de resíduos sólidos conveniadas ao município de São Paulo, que possuem 942 trabalhadores, segundo dados de janeiro de 2013. Eles são responsáveis pela triagem de 2.289 toneladas de materiais recicláveis por mês.
A Fundacentro passou a fazer parte do estudo a convite da Covisa, em princípio, para discutir o processo de beneficiamento do poliestireno expandido (isopor) em máquinas instaladas nas centrais de triagem. Esse procedimento gera riscos aos trabalhadores porque a moagem libera poeira e provoca ruídos. Por isso, há necessidade de medidas de proteção coletiva, como por exemplo, a implantação de um sistema de exaustão.
As pesquisadoras da Fundacentro, Gricia Grossi e Elizabeti Muto, passaram a integrar o Grupo de Trabalho, participando de seis visitas técnicas. O trabalho conjunto gerou um parecer técnico, apresentado neste mês, sobre os problemas relacionados à saúde e segurança do trabalhador e os critérios mínimos necessários para a implantação de centros de triagem. O material será encaminhado ao Comitê Interministerial de Inclusão Social de Catadores de Materiais Recicláveis.
Também estão previstas reuniões com as subgerências da Covisa, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – Amlurb, secretarias municipais e movimento dos catadores para desencadear ações de melhorias. A equipe pretende produzir materiais educativos sobre SST e realizar oficinas.
O estudo foi apresentado à Covisa no dia 5 de julho, no auditório da instituição em São Paulo. Na ocasião, o coordenador do Programa de Coleta Seletiva da Amlurb, Paulo de Souza, estava presente. “Essa oficina foi para apresentar o trabalho e juntos buscarmos uma solução, que passa por várias vertentes. É um processo conjunto para construir mudanças”, avalia Gricia Grossi, da Fundacentro.
“Percebemos o quanto é complexa a questão dos catadores. A aproximação com a Fundacentro foi para conhecer melhor os processos de trabalho. É uma ação conjunta para melhorar as condições de trabalho dessa população”, completa a coordenadora do Grupo de Trabalho, Lucimara de Campos, da Covisa.

Riscos
Durante o estudo, os pesquisadores avaliaram as condições de trabalho e identificaram os riscos. Os galpões possuem iluminação deficitária e acúmulo de materiais. Não há sistemas de ventilação, a qual entra apenas por janelas e portas. Também há acúmulo de materiais que causam dificuldades até mesmo para os trabalhadores caminharem e pode ocasionar quedas. Foi encontrado até um caso de fossa transbordando, em local que não havia esgoto.
“Tudo isso leva a risco de contaminação dos trabalhadores. As condições de segurança e saúde das centrais de triagem são precárias. Há muito que melhorar”, explica Lucimara de Campos.
Os agentes químicos encontrados no ambiente podem causar doenças respiratórias e dermatoses por contato. Os agentes biológicos também estão presentes, devido a materiais hospitalares, insetos e roedores.
O trabalho em pé e sem pausa, com movimentos repetitivos, pode levar a doenças osteomusculares e circulatórias. Os trabalhadores levantam manualmente cargas pesadas. Já as prensas enfardadeiras das Centrais não possuem proteção, o que traz risco de amputações.
O risco de acidente ainda ocorre na quebra de vidro, feita manualmente com barra de ferro em várias centrais. Em uma delas, existe triturador, mas sem sistema de exaustão, gerando o lançamento de pó de vidro. Outro problema é o recebimento de lâmpadas fluorescentes, apesar de haver regulamentação para que esse tipo de material tenha destinação específica.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Download: Plano Nacional de Segurança do Trabalho

Ainda é de conhecimento de poucos mas o Brasil desde abril de 2012 possui um Plano Nacional de Segurança do Trabalho, nele estão as diretrizes que o governo traçou para que tenhamos uma diminuição de acidentes nos próximos anos. Abaixo posto o link para que todos os nossos leitores tenham acesso a este documento.

terça-feira, 9 de julho de 2013

A importancia da prevenção na redução dos acidentes de trabalho

Artigo: 'Acidentes de trabalho: prevenção para superar o conformismo', por Raul Zoratto Sanvicente, desembargador do Trabalho da 4ª Região



Por Raul Zoratto Sanvicente, desembargador do Trabalho da 4ª Região

A data de hoje, 28 de abril, foi designada em 2003 pela OIT – Organização Internacional do Trabalho, como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, também mencionado em outros ambientes como Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais. Teve origem na tragédia da mina de carvão de Farmington, Estado de Virgínia, nos Estados Unidos, ocorrida em 1968 e na qual pereceram 78 trabalhadores. Graças ao movimento sindical, foi adotado em alguns países e depois pela OIT. No Brasil, è lei desde 2005.

Segundo dados da OIT, a cada dia no mundo morrem nada menos do que 5 mil trabalhadores em razão de acidentes de trabalho. Por ano, são 270 milhões de acidentes, além de 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. O Brasil detém a sua parcela, e já esteve no nada invejável posto de campeão de acidentes, há algumas décadas.

O que surpreende, diante desse quadro, é a sua persistência, quando se sabe que todo acidente tem uma causa, e uma causa previsível. Há uma “zona de conforto”, se é que se pode usar essa expressão, baseada na indiferença e no conformismo de que é assim mesmo,” e não há o que fazer.” O fatalismo e a constatação, baseada em crenças culturais tão arraigadas quanto errôneas, de que afinal, foi culpa da vítima que não soube realizar o trabalho, se descuidou, estava distraída, etc. Acabou morrendo, mas o trabalho tem que continuar e assim é computada mais uma “morte bianca”, como dito na Itália, para indicar o esquecimento que pronto recairá sobre aquela perda. A cada ano, no dia 28 de abril, no entanto, somos lembrados de que sim, há muito o que fazer, e não somente um dia por ano, mas todos os dias: é a prevenção.

Recentemente, o Tribunal Superior do Trabalho – TST, instituiu o Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, ou Programa Trabalho Seguro. Seu escopo é desenvolver uma cultura de prevenção, somando-se a inúmeras instituições públicas e privadas que há décadas têm o mesmo objetivo. 

Falar de cultura é falar de tempo. Em uma ilustração de como são arraigados os antigos costumes culturais, basta refletirmos sobre dois vocábulos muito utilizados nesta matéria: infortúnio e sinistro. Todos sabem que designam acidentes. O infortúnio seria a ausência de fortuna, ou seja, de sorte. Aquele que o sofre foi designado pela mitológica deusa Fortuna, que, cega, distribuía o destino dos homens aleaoriamente. Aquele acidentado não teve sorte”, quando se sabe que acidentes têm causas.

Já as explicações para o uso da palavra sinistro, como designação de acidente, são muitas, mas todas conduzem à constatação de antiquíssimas raízes culturais preconceituosas e equivocadas: sinistro é esquerdo e este designa o mal. Na Idade Média acreditava-se que os acidentes com os mineiros eram causados por criaturas demoníacas que viviam nas profundezas da Terra. Ou, as coisas bem feitas o são com a mão direita. As feitas com a mão esquerda são mal feitas e causam acidentes.

Com base nesses e em outros preconceitos, apaga-se a ideia de que acidentes são preveníveis. Prever é ver antes. A maioria dos processos produtivos é conhecida há muito tempo. Não se entende por que em certas atividades não se adota a precaução (outro conceito chave). 

Chegamos a mais um 28 de abril, quantos virão para que possamos “comemorar”esta data?

fonte: TRT4